sábado, 3 de maio de 2008

Farol

Estando em meio ao mar deserto
E ondulante, o incerto náufrago,
Ofegante, do inferno azul avista
Um farol, que dista dele
Muito pouco.

Com farol em proa,
Remos cansados
No remanso consolam-se
Em antever,
Em vez de temer,
Um fim.

Escalando o insulado edifício,
Construção mágica, paredes
Flácidas formam ecos
Trágicos a ouvidos
Antes moucos.

O farol, agora via-se,
Iluminava toda direção e
havia uma voz a dizer:
"Do caminho importa o que
Dele se fez". Dúbia
Reverberação.

Em sua embarcação de volta,
O olhar enevoado duvida do outrora
Límpido farol, e o determinado
Náufrago some na imensidão
Sem fim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que blog muito, mas muito legal esse! Os comentários sobre Bali são muito pertinentes e interessantes e permitem uma visão aproximada do dia a dia da população. Os textos também são muito bem escritos e de denso conteúdo literário e subjetivo (se é possível dizer isso, que é óbvio). Devo confessar que li os textos rapidamente, e pretendo lê-los com mais calma, em outro momento, quando sentir que tenho suficiente isenção para analisar e distinguir o texto, o autor, o personagem e o plano real, se isso também é possível. Aliás, nem sei se este comentário será inserido adequadamente na página, ou se deveria sê-lo. De qualquer forma, foi gratificante abrir a página e ler depoimentos tão interessantes e verdadeiros. Beijos. From your father. Lonely writer, here in Brazil.