quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Invisível

Eu sou o vento, não tenho rumo definido: meu destino é lugar nenhum. A liberdade é transparente. Sinto o corpo das pessoas em quem toco, e algo delas fica em mim. Você não me olha e, se olhasse, não me veria. No entanto, eu participo das brisas e das tempestades da sua vida. Eu corro e me entranho nos seus recônditos mais secretos, eu imagino o que se passa dentro de você. Depois, vou embora. Eu chego ao Rio de Janeiro, passo a Santiago, parto a Genebra. Eu vou a praias, a cordilheiras, a campos. Eu sou frio, eu sou quente. Percebo tudo, e fico tem-po-ra-ria-men-te. Paro em lugares, para sentir algumas pessoas longamentshshshshsh... E vooooooou...

Deixo nelas um sentimento, uma sensação, um pensamento. Elas sentem que ganharam algo. Algo há de carnal no vento, há algo sensual em mim. O vento é o sexo que você tem ao passear pela rua. Eu arrombo a porta da sua casa. Algumas vezes, eu sinto vontade de voltar para você, e volto. Eu sou o vento. Pense em mim quando seu cabelo oscilar, quando sua pele tremer, quando seu pelo eriçar.