Eu
sei que você não costuma ler textos com mais de um parágrafo ou, pior, que se
estendem por mais de uma página. Eu te entendo. Para ler qualquer coisa até o
fim, não consigo deixar de alternar janelas ou abas e seguir por fragmentos.
Tudo é entediante. Mas quero te pedir, por favor, que tente ir em frente.
Sabe aquela coisa de “é preciso viver como se não
houvesse amanhã”? Aquela coisa repetida eternamente em músicas pop, em poemas
sem inspiração, “sinceros”, “confessionais” (argh), aquele clichê ambulante
saindo de todas as bocas e (pânico) entrando em nossos ouvidos, diariamente?
Aquela coisa hippie do “vamos amar como se o mundo fosse se acabar”, aquela
coisa irritante da auto-ajuda, do “poder do agora”, do “viver o momento”, que
tem séculos e até agora repetem como se fosse uma novidade? Por mais que eu
tenha ânsia de vômito ao afirmar isto,
por mais ridículo que isto possa
parecer ou soar, a verdade é que estou passando por isto agora. Não terei amanhã.
Você
não me conhece. Talvez tenha ouvido falar de mim. Contudo, você é possivelmente
a única pessoa que pode realmente entender minha história. Decidi passar este
último momento livre escrevendo esta carta para você. Isto é um teste.
Eu tenho um vício hediondo. Tudo o que posto no facebook, no instagram, no twitter ou outras redes sociais é medido pelo número de likes, de shares e de comments. É a única coisa que faz sentido para mim. Certas fotos, certas frases, certos objetos e certas pessoas simplesmente não têm o que é necessário para serem curtidos. E tudo o que não é “curtível” foi sendo eliminado de minha existência: roupas doadas, livros no lixo, músicas deletadas, amigos sem ligações de volta, imagens escondidas no fundo do armário, amores que não são fotogênicos. Se não há reação do público, era chato.
Não
foi fácil perceber isso. Quando a gente conta algo para alguém, e aquela pessoa
gosta daquilo, aquilo reafirma o nosso gosto. Pensava que tinha uma
sensibilidade apurada. Também tinha o fato de que eu descobria as novidades
antes da maioria das pessoas. A gente descobre em que lugares procurar. Se a
reação àquilo é positiva, adota aquilo como parte de nossa identidade. Do contrário,
dispensa e esquece. Se ela fica extremamente popular num segundo momento, a
gente despreza igualmente. E parte para a próxima descoberta. Tudo natural.
Eu não nasci assim, nem você. Você devia ser uma pessoa sem graça. Ninguém devia olhar para você. Mas você nunca pensou que este menosprezo fosse justificado. Pressentia que era especial. Sentia que podia usar seu próprio fracasso como ferramenta para o êxito. Só um completo fracassado, um fracassado ressentido, entende a dinâmica da popularidade. Você encontrou eventualmente um lugar a que foi transplantada a dinâmica social: a internet. Eu te entendo.
Existe
um lugar onde todos são felizes, habitado por milhões de pessoas do mundo
inteiro. A banalidade da coisa, entretanto, não impede que cada habitante deste
planeta se sinta especial (único), com sua própria personalidade e
características que o tornam diferente, digno de ser amado. Faz-se amigos por
lá com uma facilidade impressionante. Amigos ambém únicos. E felizes. Esta
moderna Babilônia tem nome: rede social.
É
possível contar uma história inteira? Eu vivia em uma cidade pequena. Como em
toda cidade pequena, as pessoas todas se conhecem e importunam uns aos outros.
Mas eu não tinha muitos amigos. Em outras palavras, eu passava o dia inteiro na
frente do computador. Mal conhecia gente, conversava pouco. Achava ruim até
sair para a rua. Testemunhar aos demais convivendo em grupos dos quais eu era
excluído. Não tinha a mínima ideia do que eles falavam e temia ser ridículo e
que zombassem de mim nas minhas costas. Tinha vergonha das minhas roupas.
Vergonha do meu corpo. De existir. Eu era triste antes de ser considerado
legal.
Só
interagia pela internet. Primeiro, pelas salas de bate papo. As pessoas
conversavam com quem não conheciam e os papos eram sempre truncados - começavam
com um “oi-tudo-bem”, seguiam por um
“quem-é-você-de-onde-você-é-o-que-você-faz” e terminavam com um “até-a-próxima”
quando não havia próxima vez. Depois, por ferramentas sociais nas quais você
adicionava outras pessoas, seus amigos virtuais.
Tudo
o que houve antes foi uma preparação para chegar até aqui. Antigamente, era
muito pouco sutil. Não penso que a natureza das coisas mudou, mas existe um
limite que não pode ser ultrapassado. Aquelas fotos de gente expondo seus
corpos em fotos de perfil, a impossibilidade de se escrever coisas
privadamente, a sinceridade açucarada causando seguidas ânsias de vômito. Tudo
era direto demais, honesto demais. Além disso, não havia câmeras, smartphones, tablets e outros gadgets
conectados todos com fio, sem fio, por 3G, por 4G, por 37G. Foi preciso
sofisticar tudo. Não era chegado o momento. Já estou me perdendo.
Eu
vivia numa cidade pequena e era solitário. Já disse isso antes, né? Vivia na internet.
Primeiramente, nos videogames. Depois, os videogames, os celulares, as câmeras,
as televisões, tudo conectava-se entre si e com a internet. Um dia, li uma
notícia sobre uma rede social nova, diferente do orkut. Era preciso um
“convite” para entrar. Como tinha amigos estrangeiros, rapidamente recebi o tal
convite. Fui um pioneiro, como você deve ter sido.
Quando
começaram a entrar pessoas conhecidas, eu já vivia ali há algum tempo. Pobres
diabos... Chegaram com aqueles mesmos hábitos toscos de sempre: fotos em poses
patéticas e “sensuais”, frases sobre seus próprios umbigos, constantes elogios
mútuos, discussões abertas sobre a vida alheia. Uma lástima. Porém, me
adicionaram.
Eu
era nerd antes de ser considerado legal (21 likes).
Não sei precisar o que ocorreu primeiro, se a remissão dos nerds (dos papéis
ridículos em filmes dos anos 80 para o protagonismo “cool” em séries dos anos
90 e 2000), se a disseminação das redes sociais. Foram complementares, de
qualquer maneira. Meus amigos passaram a informar-se do que era hype pelo que eu dizia e aparecia em
seus respectivos murais (a ideia do feed,
aliás, é genial). O problema é que, quando comecei a ditar modas a pessoas que
eu via na escola, elas começaram a reparar em mim (no meu eu físico, não-virtual). Isso exigiu mudanças
repentinas. Foi preciso adaptar meu perfil offline
ao meu perfil online. Passei a vestir
roupas que condiziam com minha atitude virtual. Não podia mais falar qualquer
coisa, escutar qualquer coisa, comer qualquer coisa, ir a qualquer lugar. Não
podia haver contradição. Ao seguir à risca a nutrição “cool”, a ter o corpo
“cool”, a praticar somente atividades “cool”, a ir exclusivamente a lugares
“cool” e exclusivos, a carregar livros e revistas importadas “cool”, eu me tornei
uma pessoa “cool”. Eu era o “cool”.
Passei
a ser convidado para festinhas das pessoas da minha classe. Depois, para
festinhas de pessoas de fora da minha classe. Depois, para festinhas de pessoas
de outras escolas. Festas de pessoas mais novas e mais velhas. Depois, eu
próprio passei a dar festinhas e havia passado para o lado das pessoas que
diziam quem eram os convidados (isto é, quem era “cool”) e os excluídos ( “not
cool”). Eu vejo a contradição. Sei que, como antigo pária social, deveria ter horror
a esse tipo de prática, ter calafrios com o atual louvor a camarotes e áreas
VIP. Mas não funcionou assim. Era divertido demais fazer listas. Era uma
espécie de vingança da minha infância.
Fui
feliz por um tempo. Mas algo passou a me incomodar. Havia um vazio, uma falta
que eu não podia explicar. Compreendi que, embora fosse vanguarda na minha
cidade, a vanguarda de verdade estava longe dali, nas grandes cidades. E eu
morava numa pequena cidade. Era um indie
jeca. Não podia seguir assim.
Se
você é “cool”, tem que gostar de viajar. Uma pessoa legal não se limita às
atividades cotidianas de uma província. Não basta ler websites e revistas da moda. Não basta citar em outras línguas. É
preciso acompanhar os acontecimentos in
loco. Especialmente quando outras pessoas da sua cidade o faziam com certa
frequência.
Então,
passei a ir à capital. Eu tinha primos por lá e, progressivamente, fui tendo
mais contato com membros das comunidades virtuais que frequentava. Fui me
sentindo cada vez mais à vontade, a ponto de sentir-me mais em casa do que me
sentia onde vivia. Frequentava shows, festas, saraus, restaurantes, happenings cada vez mais exclusivos.
E
o povo da minha cidade natal nem sabia o que era mainstream (naquela época em que mainstream ainda não era tão mainstream).
Quase
sem perceber, fui adotando uma vida dupla. Por um lado, eu fazia parte do
círculo de produção de eventos e passei a ganhar dinheiro discotecando. Por
outro, conseguia arrebanhar muitos “curtidas” sendo sarcástico com um número
crescente de características da vida naquela mesma cidade. Como se eu estivesse
acima daquilo tudo, quando aquilo era tudo o que eu tinha. Eu era uma fraude.
Refugiava-me cada vez mais na capital do estado, passei a viajar com eles para
São Paulo e Rio.
“Primeira
noite no meu apartamento no Rio” (97 likes).
Tudo voltou a ser legal: pessoas, lugares recém-descobertos. Tudo tão como
deveria ter sido sempre. Meu instagram
começou a ter cada vez mais seguidores, meu número de amigos do facebook triplicou. Percebi que a melhor
maneira de acumular amigos é viajar muito. Parar de ver pessoas repetidas, e
adicionar todos que conheceu na noite. Deixar de perder tempo. Sua rede vai
crescendo. O número de likes em cada
atualização aumenta exponencialmente.
Além
de ingressar na faculdade (graduação em publicidade), fazia um sem-número de
cursos paralelos: fotografia, cinema, discotecagem (acredite: existem cursos
para DJs), piano (violão era muito mainstream),
tipografia, desenho industrial (design),
história da arte, oficinas literárias, de composição musical e de pintura e de
qualquer coisa que pudesse estimular minha criatividade, arquitetura, cinema,
degustação de vinhos, fabricação de cervejas artesanais, culinária japonesa,
gastronomia orgânica. Mal sobrava tempo para dormir (minhas olheiras bombando
com minhas roupas negras). Saía cada vez mais, conhecia gente, ficava ou
namorava ou tinha rolos ou uma coisa assim do tipo meio complicada.
As
coisas acontecem com você e você nem nota quando está acontecendo. Comecei a
escutar Radiohead na casa de um amigo, depois tomei contato com Arcade Fire,
Cat Power, Animal Collective, Neutral Milk Hotel, Belle & Sebastian, Kings
of Convenience, The Strokes. Canções obscuras de Bob Dylan, de Leonard Cohen.
As pessoas que eu admirava estavam escutando. Comecei a baixar álbuns
avidamente. A ir a festivais de cinema independente (Michel Gondry, Spike
Jonze, Wes Anderson, Jim Jarmusch, clássicos redescobertos, documentários
obscuros). Seguia para cafés onde comentávamos (meus amigos hipsters e eu) sobre os filmes que
estávamos assistindo e as bandas que estávamos escutando. E conferindo, ao
mesmo tempo, em websites
especializados em nossos celulares e tablets, se havia a aprovação dos críticos
cujos blogs acompanhávamos. Havia,
claro, alguma competição, mas nada que passasse do ambiente saudável. Estávamos
todos tentando descobrir artistas antes que os demais conhecessem e desprezávamos
como coisa do século passado alguns artistas de que gostávamos um mês antes mas
passavam a ser escutados por pessoas que também desprezávamos. Havia uma
vontade genuína e mesmo desesperada de assimilar tudo. Então, depois das
audições de álbuns recém-lançados (no antigo formato mp3 e, agora, em vinis de 180 gramas), depois das
perambulações em lojas virtuais de ebooks
ou sebos onde podíamos comprar livros antigos em raras edições (para ler os
mesmos autores: Jack Kerouac, Allen Ginsberg, J. R. Tolkien e, sejamos
sinceros, J. K. Rowling), íamos tomar cafés, cervejas artesanais ou vinhos para
comentar o que todos nós estávamos escutando, lendo e assistindo. Todos com insights memoráveis e cortantes, entre
alguns cigarros de maconha ou tabaco orgânico.
Esta
vontade de ser autêntico foi invadindo tudo. Era absolutamente proibido sequer
tomar contato com algo que fosse extremamente popular. Tínhamos horror a
palavras como “sucesso”, “blockbuster”, “best-seller”, “Oscar”, “disco de ouro”
(argh). Um desdém por quem que só acompanhasse programas da televisão aberta,
que comesse no McDonalds, que gostasse de “cozinha internacional”, que não
assistisse a filmes em preto e branco, que escutasse somente o que tocasse em
rádios, que comprasse livros do Paulo Coelho (argh). Nós, que adorávamos a
Apple quando simbolizava resistência contra o domínio do Windows, passamos a
achar depois que o iPod e o iPhone eram muito mainstream e adotamos celulares com o sistema operacional Android.
Alguns eram radicais. Não fôssemos contra a violência, haveria gente capaz de
bater em quem não conhecesse Daft Punk ou, pelo amor de deus, que ousasse
caminhar na rua calçando Crocs.
Quando
fui fazer meu mestrado (requisito indispensável e ademais divertido, por
permitir postar constantes reclamações sobre o sofrimento de escrever a
dissertação e, depois, a tese), entre Paris e Nova York, já tinha um aspecto
irreconhecível. Era magro, tinha barba, gostava de roupas antigas ou camisetas
com motivos irônicos, levava óculos de aro grosso, tênis baixos, jeans skinny, tinha um corte de cabelo
completamente assimétrico. Praticava ioga, caminhava bastante por parques,
meditava. Tornei-me vegetariano (depois, vegano) e passei a comer apenas
alimentos orgânicos. Era comum discutir o grau de asco que cada um tinha ao
testemunhar alguém mastigando carne na mesma mesa em que ingeríamos um yakisoba
orgânico.
Pode
parecer superficial, mas havia uma filosofia. Você não é melhor do que nós.
Defendemos causas: a sustentabilidade, a diversidade cultural, o fim do
consumismo desenfreado. Lemos Nietzsche, Freud, Foucault. Eu estava convicto de
que estávamos do lado certo da sociedade e da história.
Talvez,
meu incômodo tenha se iniciado com o rumo que nossas conversas foram tomando.
Pouco a pouco, todo mundo que eu conhecia passou a comunicar-se por uma única
língua: a da ironia (e de seus subprodutos: sarcasmo, desdém, ambiguidade).
Mudei-me para a galáxia anti-literal. A ironia contaminou tudo o que tinha a
ver conosco: nossas opiniões, roupas, fotos, as conversas por cima das mesas de
cafés e de bares, a música, a literatura, a publicidade e até mesmo as
tatuagens. A ironia tornou-se regra universal.
A
ironia tem a vantagem de permitir que tudo seja levemente engraçado, que tudo
seja levemente crítico (e, portanto, levemente inteligente) e, ao mesmo tempo,
funciona como escudo contra qualquer crítica. Quando ninguém sabe mais o
sentido real de nada, ninguém sabe o que cada um de fato pensa. Tudo é
refratário, e tudo é permitido. Pode-se elogiar qualquer coisa (dos Muppets ao suicídio), pode-se falar mal
de qualquer coisa (de Gandhi aos Beatles). O que importa é somente manter a
estabilidade das referências. Aliás, quanto mais referências, melhor. Daí,
basta elaborar alguma frase com efeito. Passamos a ter um riso eterno no canto
dos lábios.
Por
isso me dói escrever esta carta. Uma carta de verdade não permite uma ironia
generalizada, não me permite saber como você vai reagir a ela (não tem como
você “curti-la” e eu receber uma notificação). Parece uma foto que só pode ser
vista depois de revelado o negativo.
O
mecanismo da ironia é simples e imperioso. É preciso ironizar o que parece
estar por cima. Todo o hype deve ser
objeto de sarcasmo depois de um certo (e cada vez mais curto) tempo. Não há
nada mais eficiente que atacar o que ainda é idolatrado pela maioria, profanar
os templos dos old-fashioned (“this
is so last week”) e considerar cool o
que ninguém conhece. Porém, depois de envolver em ironia tudo o que era da
minha cidade de origem e das posteriores, depois destruir em sarcasmos antigos
amigos e novos inimigos, depois de tornar dúbio qualquer obra de arte de que
tinha gostado no mês anterior, não sobrou quase nada a ser desprezado além de
eu próprio.
Além
de declarar tudo desprezível, eu nem mesmo sei se gosto do que eu acho que
gosto. Meus amigos são perfeitos em redes sociais, assim como eu sou. Tenho uma
namorada por quem estou apaixonado, mas ela fica tão linda em fotos, tem frases
tão geniais, que não sei mais se sou apaixonado por ela ou pelo efeito que ela
causa em outras pessoas. Só consigo apreciar o que é digno de apreciação dos
outros. Melhor: só consigo gostar de pessoas que outras pessoas consideram que
seriam as pessoas de quem eu deveria ou poderia gostar. Só gosto do que ou de
quem atraia o número máximo de likes alheios. Fiquei tão absorto em obter likes de outros que esqueci de pensar do
que eu mesmo gosto.
Às
vezes, quando começo a gostar de algo, publico em alguma rede social e ela não
tem a repercussão que seria necessária. Antes, eu a dispensaria sem hesitação.
Agora, não consigo mais fazer isso. Sinto que estou abandonando algo que
poderia ser aquilo de que eu gosto. Além disso, a própria busca está me
cansando. Mas meu vício de ser “curtido” é mais forte. Não consigo parar, por
mais que odeie tudo. Por mais que sinta agora um tédio enorme de tudo e de
todos.
Agora
está tudo preparado. Foi fácil fixar os aparelhos necessários na rua. Ninguém
percebeu nada. Hoje em dia pode-se instalar uma bomba nuclear no meio da rua e
passar despercebido. A comunicação de massa mudou a maneira de as pessoas
andarem na rua. As calçadas parecem povoadas pelos zumbis das séries que você e
eu acompanhamos, com seus fones de ouvidos e seus olhos fixos nos celulares.
Andam em ziguezague, devagar, sem olhar para a frente. Trombam uns com os
outros. Às vezes, até param, sem qualquer obstáculo no caminho. Quando era
criança, tinha essa impressão em shopping centers. Agora é a regra absoluta de
todos os lugares. Eu tampouco sou diferente. Só olhava o mundo para tirar
fotografias no instagram. Estou me perdendo de novo e já não tenho mais tempo.
É
por isso que não havia outra saída. Eu não podia mais continuar nem seria capaz
de retirar-me sem a repercussão, que é a única coisa que dá sentido a tudo o
que faço. Precisava sair pela porta da frente. A solução era óbvia. Sei que
você me entende.
Estou
consciente de que maneira pela qual resolvi despedir-me será chocante demais
para contar com muitos “curtidas”. Mas os iniciados sabem que a variável mais
importante entre todas não é o número de likes,
e sim o de shares.
Se
virar moda, lembre-se que eu terei feito isto antes de ser considerado
legal.
3 comentários:
Contemporâneo o conto, ou crônica...valeu!
Nossa, amei o texto! Li de uma vez só!!!
:-)
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